Vila de Aguçadoura


Localização de Aguçadoura no concelho da Póvoa de Varzim




 A freguesia

Orago: Nossa Senhora da Boa Viagem

População: 4 257 habitantes (2011) - 4 090 recenseados (2009)

Atividades económicas: Agricultura (Horticultura), pesca e apanha do sargaço

Feiras: Hortipóvoa: Exposição/Feira Agrícola da Póvoa de Varzim, (normalmente realiza-se em Agosto).

Festas e Romarias: Festa de Nossa Senhora de Boa Viagem (último domingo de julho).

Monumentos: Igreja paroquial (Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem) e fachada da antiga igreja paroquial.

Locais de interesse turístico: Campos Masseira e praias.

Coletividades: Aguçadoura Futebol Clube; Casa do Povo de Aguçadoura (e Rancho Folclórico); Grupo Cultural e Recreativo de Aguçadoura; Grupo Cultural Aguçadourense; Agrupamento Escutista 1252 CNE; Aguça 4x4; Centro de Karaté Aguçadourense; Horpozim - Associação dos Horticultores da Póvoa de Varzim.

A sua história

Situa-se junto ao mar, entre as freguesias da Estela (norte), Navais (nascente) e Aver-o-Mar (sul). Fica situada 6 km a norte da Póvoa de Varzim, em plena faixa litoral. Está praticamente assente sobre dunas de areia.

Por estranha ironia, o seu nome não vem da areia, mas da pedra, como se lê na Inquisição de 1258 «...in Petra Aguzadoira que est in termino de Nabaes». Pedra de aguçar ou amolar instrumentos agrícolas, como refere a tradição oral, ou pedra aguçada de sentido cultural, como outros sugerem, ela fixou-se na memória do povo e deu o nome ao lugar.

Este desenvolveu-se muito lentamente; os primitivos casais não resistiam à agressão das areias impelidas pelos ventos rijos do mar.

Só no séc. XVIII, o povoado tomou expressão demográfica e os 25 chefes de familia existentes em 1730 decidiram-se a pedir ao Visitador licença para construir aí uma capela, pretensão sempre frustrada pela oposição do reitor de Navais, a quem pertencia o lugar. Só em 1873 ela se concretizou sendo, nesse ano, inaugurada a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem. Nesta data, a população do lugar excedia já a matriz e a partir daí deu-se uma autêntica explosão demográfica.

A criação da freguesia, porém, enredada nas tramas políticas, só se deu por decreto de 14 de Outubro de 1933, que a desanexou de Navais.

N.ª S.ª da Boa Viagem

Na primeira metade do séc. XVIII (dezoito), década de trinta, o povoado tinha então uma certa expressão demográfica aproveitando os moradores para, por ocasião das visitas pastorais, pedirem ao visitador licença para construir uma capela, dadas as dificuldades de acesso à Igreja Matriz, principalmente no Inverno.

Contaram sempre para o efeito com a oposição do reitor de Navais, a quem pertencia o lugar, mas conseguiram autorização do visitador nesse mesmo ano de 1730.

Quase meio século depois, dado o facto de a população ter aumentado muito, pois já excedia a da matriz, este lugar tinha direito a Capelania, isto é, nele viver, celebrar a missa e cumprir todas as obrigações religiosas um padre, mas faltava ainda o mais importante que era a capela.

Só em 1873, quase cento e cinquenta anos depois da autorização é que conseguiram construir uma capela condigna. Na sustentação do culto e para que este não acabasse, alguns moradores distinguiram-se ao ponto de hipotecarem as suas terras.

Para dar o nome à Capela e padroeira do lugar adquiriram no convento de St.ª Maria de Bouro por cinco mil reis (hoje equivaleria a pouco mais de dois cêntimos) a então imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, mandaram-na restaurar e passaram a chamar-lhe Nossa Senhora da Boa Viagem.

A sua chegada estava prevista para o dia 25 de Março, mas um atraso no restauro e acabamento relegou a sua vinda para 4 meses mais tarde. Por isso é que o dia 25 de Julho é consagrado à padroeira Nossa Senhora da Boa Viagem, pois foi nesse dia do longiquo ano de 1873 que, transportada à cabeça da senhora Teresa Gomes desde Braga até ao Rio Alto e daí num lindo andor em cortejo de festa, ela deu entrada no lugar de Aguçadoura onde hoje é tão venerada.

À sua chegada ao amplo terreiro, grande multidão recebia a imagem da sua padroeira com cânticos e vivas de louvor.

Nesse dia de festa para todos os moradores do lugar era inaugurada também a capela, que mais tarde, aquando da criação da freguesia, se tornou na Igreja Paroquial de Aguçadoura.

Com a população sempre a aumentar esta primeira capela foi ampliada já nos primeiros anos do séc. XX (vinte), mais precisamente em 1906, transformando-se então numa igreja já com dimensões razoáveis para a época. Dessa igreja, hoje só restam de pé a torre e a frontaria, em memória dos antepassados que tanto lutaram para a edificar.

Mesmo com a ampliação e já com uma igreja igual ou maior que as freguesias vizinhas, esta mostrava-se insuficiente para albergar uma população que em 1950, apenas 16 anos após a independência, era já de 3 000 habitantes. O Pároco de então, P.e Augusto Soares que já paroquiava a freguesia desde a sua fundação, sonhava com uma nova igreja. Depois de várias peripécias e muita luta para vencer as dificuldades surgidas, que foram muitas, lá conseguiram começar a obra no ano de 1951.

Esta monumental obra demorou 6 anos a construir e foram seus empreiteiros: Álvaro Fernandes Serra, da Póvoa de Varzim, Avelino Gomes do Monte e António Joaquim da Silva, de Aver-o-Mar. Custou 1 500 contos (hoje equivaleria a 7500 euros) que foram suportados na totalidade pela população da freguesia.

Para além da colaboração monetária, todos colaboraram também com o seu trabalho, ajudando na abertura das valas para os alicerces, no carregamento das placas (principalmente a do teto) e na cobertura, passando as telhas de mão a mão em fileiras de pessoas. Os jovens também ajudaram, pegando as raparigas as telhas e os rapazes a madeira.

A 3 de março de 1957, ainda sem a torre mas já com o essencial (um sacrário novo, modelo original à prova de fogo oferecido pelas mulheres que custou 8 contos (40 euros) e um altar mor em pedra mármore inteiriça com 3 metros de comprimento, 55 cm de largura e 20 cm de espessura e uma tonelada de peso), é celebrada pela primeira vez a missa e sermão na nova igreja.

Dez anos depois de ter começado a construção da igreja, em 1961, é que é levantada a torre.

Esta é ainda hoje um dos maiores templos religiosos do norte do país e o maior do concelho. Nela se realizam no último domingo de julho de cada ano, as mais afamadas e prestigiadas festas de toda a região promovidas por uma paróquia em louvor da sua padroeira: Nossa Senhora da Boa Viagem, paróquia de Aguçadoura.

A paróquia

Paróquia criada em 1934, depois do lugar ser desanexado da paróquia de Navais e constituído em freguesia civil por Decreto de 14 de Outubro de 1933.

O lugar é antigo e a ele se refere a Inquirição de 1258: "in Petra Aguzadoira que est in termino de Nabaes".

Desenvolveu-se muito lentamente em virtude dos primitivos casais, palhaças inconsistentes, não resistirem à invasão das areias impelidas pelos ventos rijos do mar.

Só no século XVIII, o povoado tomou expressão demográfica, tendo os 30 moradores existentes pedido ao Visitador apoio para aí construírem uma Capela. Face à oposição do Abade de Navais, só no ano de 1874 puderam inaugurar uma capela "para celebração dos ofícios divinos e administração dos sacramentos". Estabeleceram como Titular da Capela Nossa Senhora da Boa Viagem, já que quase todos os moradores tinham parentes emigrados pelo Brasil e pela África.

A primitiva imagem veio do Mosteiro de Santa Maria de Bouro.

Para fabricar a Capela, foi constituída a Confraria de Nossa Senhora da Boa Viagem que ficava responsável de uma Capelão e pela lâmpada do Santíssimo Sacramento presente em Sacrário desde 1909.

Com o aumento da população, tornou-se pequena a antiga Capela e o seu primeiro Pároco, P.e Augusto Soares (1934-1976) promoveu em 1952 a construção de uma nova Igreja, concluída em 1962.


Pároco: P.e João da Rocha Eiró

Morada: Residência Paroquial - 4495-020 AGUÇADOURA

Contacto: 252 601 698


NB: trabalho elaborado por Armindo Silva, para o sítio das Festas de Aguçadoura na internet.